Cinco
de abril
7:
20
Não dormi bem
naquela noite, até tentei esperar uma eventual chuva, mas o céu estava cheio de
estrelas, não havia nem um sinal de alerta, mas estava alerta, pro que poderia
rolar na nova escola, pro novo emprego da mamãe, sei lá, vir pra cá era uma
decisão arriscada e isso nos trás riscos, as coisas podem dar errado, a escola
pode ser péssima, ser advogada pode lembra mamãe péssimas coisas do passado,
ela parece tão fraca agora.
Ela foi me deixar na escola com Ju, que falava
algo sobre bolhas e circo, nem ouvi tudo, eu realmente estava tenso. Chegamos à
escola. Era um lugar majestoso, enorme, bonita, cheia de gente, a farda era
bonita, duas letras, fácil de decorar, seria bom, eu não seria facilmente
notado, perfeito.
Mamãe estacionou o carro numa boa vaga sobre
um salgueiro, parecido com o da chácara, mas esse era mais velho e triste,
pegou o elevador cheio de homens, estava nervosa, chegou ao andar correto, uma
enorme sala cheia de cabines, cheias de pessoas, logo ela pode ver seu velho
amigo de faculdade, que conseguiu o emprego pra ela, Rafael Melo, os dois se
cumprimentaram.
- Você está linda. –
disse Rafael. - Continua linda.
Ju logo encontrou Ruan e abraçou-o, ele era
bem bonito, mas não se comparava ao Victor ou ao Gean, o corpo ainda era meio
magro. Ele nos deixou em sala, que por
acaso era a mesma, mesma da Ju e da namorada do Victor, Jéssica. A sala era
enorme, bem longa, cheia de gente, devia caber umas 60 ou mais pessoas ali.
Sentamos na terceira e quarta carteiras da quinta e sexta fila, respectivamente.
- Cadê a Débora?
Soube que vocês se casaram. – disse mamãe pra Rafael, no escritório deles.
- Nos separamos há
dois anos.
- Ah...
- Sem problemas.
Uma menina entrou na sala, seguida por outra,
Jéssica, era alta, perfeitamente magra, linda, sexy, cabelos californianos,
tinha um bunda grande, pernas grosas, eu nem valia como concorrência, ela era
perfeita. A outra menina era quase um clone perfeito se não fosse pela face de
criança:
- Julianne arranjou
amiguinho novo.
- É o Bob.
- Bem vindo novato.
– ela não parecia tão má agora – Julianne você devia ter me avisado que o
Victor iria sair da escola.
- Ele saiu? – eu
disse espantado.
- Ele não saiu.
- Ele me disse que
saiu.
- Só houve alguns
problemas.
- Diga!
- Não!
- Eu sou NAMORADA
dele, tenho direito de saber.
-Tem sim! – disse o
clone do lado de Jéssica.
- Pergunte a ele.
Seu NAMORADO.
- Sua ridícula,
idiota...
- Vadia... – disse
Ju. Preferi permanecer calado.
- Cuidado novato,
ela vai acabar com sua reputação!
- Que reputação?
- O que você tá
falando.
- Você sabe mais do
que ninguém porque eu terminei com o Paulo.
- Porque você é uma
vadia.
Nessa hora, já havia uma espécie de roda em
volta das duas:
- Porque você é uma
péssima amante. E meu primo é um burro.
É acho que é preciso de uma recapitulada. Pelo
que Ju me disse é fácil, na verdade difícil. Victor e Paulo sempre foram os
melhores amigos, antes só por morarem no mesmo prédio, ele e Jéssica estudavam
juntos até que ele repetiu, os dois mudaram de escola foram pra mesma escola de
Victor de Ju, Ju e Jéssica se tornaram melhores amigas, Ruan colega de sala de
Victor entrou pro grupo, eles eram as cinco pessoas mais badaladas e populares
da escola e estavam no top 15 de
Fortaleza. Ju começou a namorar com Paulo e Victor com Jéssica depois de muita
insistência de Ju sobre Victor, o problema é que depois que Victor foi morar no
prédio da Ju, Paulo e Jéssica começaram a ficar mais tempos juntos, só eles,
por morarem no mesmo lugar, logo estavam ficando, pelo que Ju me disse
transavam diariamente, Victor nunca soube a causa real, mas Ju pegou os dois no
flagra depois que Ruan disse que viu os dois indo pros vestiários, Ju tentou
arrancar todos os cabelos de Jéssica e terminou com Paulo, que apesar de tudo
continua com Jéssica, escondidos claro, Victor nunca soube a verdade, nunca
percebeu. Ju nunca teve coragem pra contar e logo agora que o pai dele está com
sérios problemas com bebida isso só pioraria a vida de Victor, Jéssica é uma
vadia, mas o sexo o faz melhor.
- Sua vaca.
- Julianne você é
muito ridícula mesmo, por isso que o Paulo de largou! Você é uma moleca.
Ju saiu da sala.
- Eu não agüento
mais segurar isso Bob.
- Imagino.
- Cansei. De me
fazer de boba e fazer ele de bobo.
- Hurrun...
- Você precisa me
ajudar ele nem fala comigo direito.
- Claro.
15:
00
Eu estava sentado na cama dele, o lugar tinha
um bom cheiro de perfume, a casa estava bem arrumada, até porque havia uma
senhora arrumando ela:
- Valeu por me
receber aqui.
- Que é isso cara.
Somos vizinhos né.
- Hurrun...
- Mas por que você
tá aqui?
- Eu vim te pedir
pra voltar pra escola.
- Plano da Ju. Eu
sei... Sem chance Hael.
- Victor!
- Hael! Eu sou uma
droga, eu sou burro, você não me conhece eu sou uma droga.
- Não, não é.
- Sou sim, não
discuta. Não posso cair nesse plano.
- Não é plano. É sua
vida. Você precisa passar na faculdade, ainda dá tempo. Dois meses, cara. Você
pode.
- Não sei. Tenho
pouca grana.
- Eu tenho uma
idéia.
No outro fui com Victor á escola, falamos com
o coordenador e ele concordou em deixar Victor ser um dos instrutores, seria
uma boa pra Victor se esforçar nos estudos, além que ele iria ajudar alguém:
- Ele pode ser o seu
ajudante. – disse o coordenador.
Fiquei meio tenso, eu não iria me concentrar
se ficasse o vendo, Victor era muito lindo.
- Eu acho ótimo. –
Victor pareceu gostar de idéia.
- Você é novato,
precisa de assistência especial, vocês já se conhecem, isso já melhora a
situação. – o coordenador acrescentou.
- Pode ser.
- Então, Victor
próxima semana eu quero você aqui.
Meu Deus!
21:
00
Gean foi me ver na
segunda, jantamos juntos com a mamãe que falou sobre seu novo escritório, disse
que tinha uma sala só pra ela e que tinha um chefe bem sexy, Gean queria saber como foi meu dia, disse como havia ocorrido
a briga, o problema do Victor:
- Quer dizer que
agora você é amigo do problemático? – disse Gean quase ironicamente.
- Ele não é
problemático!
- Quem?
- Nosso vizinho aqui
mamãe.
- Hummmm... Ele é um
gato.
- Seu filho também
acha. Com licença.
Gean se levantou e foi na varanda.
- Vai lá filho. -
fiz um ok com a cabeça e fui à busca do meu namorado ciumento.
- Eu não gosto dele.
- Eu vi como você o
olhou.
- Gean, eu não gosto
dele. Eu só quero ajudar.
- Tem que ajudar
logo ele?
- Ele não é tão ruim
assim como você pensa.
- Qualquer pessoa
que queira tirar você de mim é ruim pra mim.
- Você está sendo
infantil.
- Ok! Acho melhor eu
ir embora.
- Gean! O que tá
acontecendo?
- Namorado passa
mais tempo com um delinqüente do que comigo.
- Você passa o dia
trabalhando.
- Você não faz o
mínimo esforço pra me ver Bob.
- Não é verdade.
- Não?
- Não. Você tá muito
estressado.
- Só estou com medo
de te perder.
- Gean!
- Eu tenho meus
medos Sr. Hael.
- Você precisa
confiar em mim. Ele nem dá em cima de mim, tem namorada, relaxa.
- Bob... O que você
quer dizer com isso?
- Isso o que?
- Quer dizer que se
ele estivesse solteiro e desse em cima de você...
- Não é isso... Você
tá louco.
- Melhor eu ir. Já
deu por hoje.
- Já mesmo.
Gean saiu rápido se despedindo apenas da
mamãe:
- Filho...
Não quis ouvi-la, corri e comecei a chorar na
minha cama, Victor estava na janela:
- Bob o que t... –
fechei a cortina.
O que tá acontecendo comigo?
Oito
de abril
11:
01
Mamãe teve sua primeira sessão de
quimioterapia, Dr. Ótto fez alguns exames pra saber como estava indo os avanços
da doença. Gean não havia mais dado nem um sinal de vida, eu estava desolado,
as aulas pareciam eternidades e o céu não queria chorar mais comigo:
- Ele é lindo.
- Hurrun.
- Devia ter Orkut.
Ri.
- Nem sei o que nos
somos agora!
Eu e Ju conversávamos no quarto rosa dela:
- A briga foi tão
feia assim?
- Muito.
- Relaxa, eles
sempre voltam.
- O Paulo já veio 12
vezes. Eu me seguro sempre.
- Mas o Gean é um
homem Ju, eu que sou o moleque da história.
- O que aconteceu?
Qual o motivo?
- O Victor!
- Mentira?!
- Sério!
- Isso quer dizer...
- Não sei Ju, eu tou
muito confuso.
- Imagino.
- Eu nem sei o que
fazer. Eu já liguei mil vezes e nada.
- Vai dar tudo
certo.
- Não quero perder o
Gean.
- Por quê?
Talvez agora eu não soubesse mais o motivo pra
continuar aquilo com Gean, eu só não queria ficar sozinho e eu gosto dele, mas
não sei se vai dar certo nosso namoro:
- É só uma crise.
- Eu não sei o que
fazer.
- Filho ele volta.
- E se não mãe?
Mamãe não soube responder, ninguém poderia me responder.
11
de abril
11:
02
Naquele domingo
muitas respostas foram respondidas, eu estava fazendo compras com mamãe no
super mercado próximo do Romênia, quando decidi comprar o jornal por ter visto
algo que me arrasou, esmigalhou meu coração, simplesmente acabou comigo. Não
mostrei pra mamãe, levamos as compras, tomei uma ducha pra tentar me acalmar,
então decidi ir à fonte, eu fui à casa do Gean.
Liguei pra Ju, Victor pegou o carro do pai e
nos levaram, os dois ficaram esperando enquanto eu subia com a página do jornal
sendo esmagada pela raiva em meus dedos. Toquei a companhia, procurei a chave
no quarto de limpeza, achei uma, tentei abri a porta, mas Pedro abriu antes:
- Descobriu nosso
segredo. – Pedro apareceu só de cueca som seu sorriso usual.
- Cadê o Gean? – ele
notou que eu não estava de brincadeira.
- Bob...
Entrei no lugar, mal olhei, mas percebi que
era bem bagunçado, tipo meu quarto na chácara. Fui atrás nos quartos:
- Ele não tá aqui!
- Cadê ele? – meus
olhos cheios de lágrimas não sabiam o que esperar.
- Bob... – Pedro
estava muito triste agora.
- Quem é ela?
- Ah Meu Deus!
- Pedro, por favor!
- Por favor, digo
eu!
- O que tá
acontecendo?
Eu mostrava a folha com uma imensa foto de
Gean abraçado com uma bela moça chamada Alana, sob uma ligada:
“Os felizes noivos Gean e Alana...”
- Bob essa é a noiva
dele?
- Como assim?
- Ai Meu Deus! Eu
disse á ele! Eu juro.
- O que tá
acontecendo? – gritei chorando desesperadamente.
- Eles vão se casar
em duas semanas.
- Por que ele fez
isso comigo?
- Bob...
- Por quê?
- Ele gosta de você?
- Então porque ele
vai casar com ela?
- Você não
entenderia.
- Me explique!
- Ele que tem que
dizer. Eu já falei demais. Desculpa.
- É mentira. Ele não
pode ter feito isso comigo Pedro! Não!
Pedro não disse mais nada.
- Canalha. Cadê ele?
- Eles estão morando
juntos!
- Desde quando?
- Segunda.
- Eu quero o
endereço.
Sai de lá, chorei muito, Ju tentava me acalmar
no carro, Victor pareça tenso também, decidiram me levar pra praia, esperamos o
por do sol, Victor me abraçou e aquilo me fez esquecer tudo, até o canalha do
Gean. Como eu pude cair nessa armadilha? Era muito perfeito pra ser verdadeiro.
Tinha que ter algum problema. O mar se movimentava lentamente, as gaivotas
voavam baixo, dormi no ombro do Victor. Levaram-me pra casa, acordei na minha
cama quentinha e triste, mamãe estava totalmente sem respostas, decidi dizer
que havia terminado com Gean. Tive que ir pra aula, mas um dia cheio...
12
de abril
13:
02
Estava
tendo aula com Victor de física, estava sem saco, triste e apaixonado pelo
professor, Victor era eternamente lindo e me ensinava perfeitamente. Pena que
Jéssica chegou com sua falsidade insana:
- Oi amor! OI
novato!
- Ele tem nome!
- Você também e eu
te chamo de amor, não é juma ofensa!
- Jéssica!
- Ele não se
incomoda! Né Novato? – Jéssica quase se quebra ao meio se inclinando com uma
cara de sonsa pra mim.
- Hurrun... – que
ódio. Não quis ser chato.
- Tchau gente. –
Jéssica dando um beijo nojento em Victor.
- Vamos voltar à
aula. – disse sorrindo, que professor gato.
- Vamos!
Depois de um tempo cansamos e fomos pra
cantina onde encontramos Jéssica e Ju brigando outra vez, mas dessa vez o
coordenador estava lá segurando Jéssica que queria avançar em Ju que estava
sendo segurada por Ruan.
- Sua vadia!
- Garotas, CHEGA! –
gritava o coordenador.
- Todo mundo sabe
quem você é JéssiCU.
- Sua...
- Relaxa que seu
segredo tá a salvo comigo. Ou não.
- Que segredo? –
perguntou Victor entrando no meio da briga.
- Me solta Ruan. –
Ruan atendeu a amiga. – Sua namoradinha, meu primo... É uma vadia.
- Ju... – Victor
estava tenso.
- Mentira! – gritava
ironicamente Jéssica.
De repente Paulo chega e Ju continua a
confissão, que tenso:
- Victor, o Paulo e
Jéssica... Tem um caso, por isso que eu terminei com ele!
- Isso é verdade? –
pergunta Victor pra Paulo, que estava boquiaberto.
- Amor ela é uma
louca. – gritou Jéssica.
- Cala a boca, to
falando com ele. –adorei essa Victor.
- Sim. – Paulo
baixou a cabeça.
Victor começou a bater em Paulo que rebatei
com força a surra, os dois foram apartados pelos alunos e levados a direção,
nada ocorreu, Jéssica chorava e pedia o perdão de Victor que saiu da sala
restando apenas o desprezo, Ju tentou falar com o primo, mas ele estava com
raiva dela também:
- Ela podia ter me
dito antes, tô me sentido uma piada agora! Meu melhor amigo cara!
Aos poucos Victor voltou a falar com Ju, mas,
ainda havia alguns ressentimentos, a convivência estava difícil na escola,
Jéssica agora era nossa inimiga numero um e eu iria ficar do lado da Ju para o
que der e vier:
- E eu também. –
disse Ruan beijando a amiga.
14
de abril
12:
00
A terapia da mamãe
estava dando certo, ela estava com um melhor alto estima, feliz e o chefe o tal
de Rafael havia a chamado para um encontro e eu estava estagnado, sem vida
social só vendo o tempo passar:
- Vai lá bixa!
- Onde?
- Na casa deles!
- Quê?
- Faz o barraco!
Acaba com o bofe!
- Não! Eu não seria
capaz!
- Deixa de ser
besta!
- Não dá!
Ju até tentou, mas eu não tinha coragem de
chegar na casa deles e falar pra tal Alana que eu era o caso do noivo dela:
- Eu enganei meu
primo, me sinto mal por isso. Com certeza sei como você esta se sentindo. Você
vai se sentir livre depois que contar.
- Não dá.
- Bob. Acorda.
- Não vou destruir o
casamento dele. Não vou me rebaixar, descer ao nível dele.
- Você que sabe!
- Eu não conseguiria
Ju!
- Claro que
conseguiria.
Decidi ficar mais
tempo com Victor, ele estava mal, eu também, ele só tinha a mim de amigo agora,
na verdade eu tinha esperança dele me olhar e pensar:
“Cara, eu quero
ficar com ele”
Mas não aconteceu, nós ficávamos falando de
nos mesmos, o que não era tão mal, acho que agora eu sabia mais dele do que
qualquer outra namorada:
- Minha mãe nos
deixou quando eu tinha três anos, ela sempre vinha no natal, mas depois de um
tempo ela nem vinha mais. Meu pai sempre cuidou de mim, mas eu considero minha
mãe é a tia Marina, mãe da Ju, ela me ajudou muito, o papai sempre foi o irmão
favorito dela, minha mãe nem me liga mais, eu tento não importa, mas, caralho,
minha mãe é um vagabunda, ela tá casada com um português que era garoto de
programa, ela me dá nojo, o dinheiro que ela manda nunca vai compensar o que
ela fez com a gente, a depressão do meu pai é culpa dela Bob. Ela não avisou
que iria por Rio, ela simplesmente foi...
Victor parecia um garoto abandonado, a mãe era
uma vadia, o pai um viciado, mas era um bom garoto, um dia ele iria entender
tudo e ser feliz de verdade:
- Meu primeiro
beijou foi com oito anos, com uma menina do prédio chamada Larissa. E o seu?
- 17.
- Menino ou menina?
- Menina.
- Sério?
- Hurrun.
- E a virgindade?
- 17.
- Eu perdi a
virgindade com 13 anos.
- Sério?
- Ela tinha 26 anos,
era muito gostosa, eu nunca tinha bebido e estava no Morro Branco. E...
- Imagino. – ri.
- Sério. E você?
- Foi com o Gean!
- Hummmm... Você
ainda gosta dele?
- Não sei! Acho que
não.
- Ele foi um canalha
mesmo.
- Eu posso fazer
muita merda, mas trair eu não acho certo.
- Você tá certo.
- Eu tou tentando
ser uma pessoa melhor. Depois que meu pai começou a ter problemas com bebida eu
parei! Mas, naquele dia eu havia brigado com minha mãe! Eu tava puto. Mas agora
parei mesmo... Eu fico muito mal depois, eu fico pensando como a vida poderia
ser melhor, como eu poderias está agora se tivesse me esforçado pra entrar na
faculdade, mas eu vacilei, passei o ano zuando, tou perdendo tempo.
- Um dia você vai
entender que tudo tem um grande propósito...
- Espero tou cansado
Hael, preciso de alguém. – vale eu? – Eu gosto de tá namorando, nunca gostei de
paquerar, não gosto de ficar em festa assim, uma vez e nunca mais, gosto das
coisas serias, mas tá tão difícil, não me imagino mais com a Jéssica, talvez eu
precise de um tempo sei lá?! Só quero ficar em paz...
- Entendo... Eu
também. Eu sei exatamente como você se sente.
22:
00
Meu celular passava um bom tempo tocando, era
o Gean, eu não podia atender, eu Enem sabia o que fazer, havia milhares de
mensagens:
“Eu te amo”
“Me perdoa”
“Podemos conversar?”
“Preciso te ver”
“O Pedro me disse,
só quero que saiba que nunca menti sobre gostar de você”
Aquilo me dava náuseas, como ele podia ser tão
sínico? Ele me usou e estava usando a pobre Alana, eu fui um brinquedinho e
agora eu tinha quebrado e sido jogado no lixo, que canalha! Eu sei o quão eu
sou dramático, mas ele dessa vez pegou pesado:
- Para de ligar!
- Eu te amo!
- Você não ama
ninguém nem nada.
- Precisamos
conversar.
- Tchau.
- Por favor, bebê.
- Não me chama de
bebê, seu cafajeste.
- Bob...
Desliguei. Aquilo não me fez dormir melhor,
nada faria, a única solução pra tudo isso seria Victor e ele era muito
impossível e eu sabia isso. Sonhei com a chácara, só eu e piscina, chovia e eu
me sentia acolhido.
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