19 de março de 2011

oito

Cinco de abril
7: 20
Não dormi bem naquela noite, até tentei esperar uma eventual chuva, mas o céu estava cheio de estrelas, não havia nem um sinal de alerta, mas estava alerta, pro que poderia rolar na nova escola, pro novo emprego da mamãe, sei lá, vir pra cá era uma decisão arriscada e isso nos trás riscos, as coisas podem dar errado, a escola pode ser péssima, ser advogada pode lembra mamãe péssimas coisas do passado, ela parece tão fraca agora.
 Ela foi me deixar na escola com Ju, que falava algo sobre bolhas e circo, nem ouvi tudo, eu realmente estava tenso. Chegamos à escola. Era um lugar majestoso, enorme, bonita, cheia de gente, a farda era bonita, duas letras, fácil de decorar, seria bom, eu não seria facilmente notado, perfeito.
 Mamãe estacionou o carro numa boa vaga sobre um salgueiro, parecido com o da chácara, mas esse era mais velho e triste, pegou o elevador cheio de homens, estava nervosa, chegou ao andar correto, uma enorme sala cheia de cabines, cheias de pessoas, logo ela pode ver seu velho amigo de faculdade, que conseguiu o emprego pra ela, Rafael Melo, os dois se cumprimentaram.
- Você está linda. – disse Rafael. - Continua linda.
 Ju logo encontrou Ruan e abraçou-o, ele era bem bonito, mas não se comparava ao Victor ou ao Gean, o corpo ainda era meio magro.  Ele nos deixou em sala, que por acaso era a mesma, mesma da Ju e da namorada do Victor, Jéssica. A sala era enorme, bem longa, cheia de gente, devia caber umas 60 ou mais pessoas ali. Sentamos na terceira e quarta carteiras da quinta e sexta fila, respectivamente.
- Cadê a Débora? Soube que vocês se casaram. – disse mamãe pra Rafael, no escritório deles.
- Nos separamos há dois anos.
- Ah...
- Sem problemas.
 Uma menina entrou na sala, seguida por outra, Jéssica, era alta, perfeitamente magra, linda, sexy, cabelos californianos, tinha um bunda grande, pernas grosas, eu nem valia como concorrência, ela era perfeita. A outra menina era quase um clone perfeito se não fosse pela face de criança:
- Julianne arranjou amiguinho novo.
- É o Bob.
- Bem vindo novato. – ela não parecia tão má agora – Julianne você devia ter me avisado que o Victor iria sair da escola.
- Ele saiu? – eu disse espantado.
- Ele não saiu.
- Ele me disse que saiu.
- Só houve alguns problemas.
- Diga!
- Não!
- Eu sou NAMORADA dele, tenho direito de saber.
-Tem sim! – disse o clone do lado de Jéssica.
- Pergunte a ele. Seu NAMORADO.
- Sua ridícula, idiota...
- Vadia... – disse Ju. Preferi permanecer calado.
- Cuidado novato, ela vai acabar com sua reputação!
- Que reputação?
- O que você tá falando.
- Você sabe mais do que ninguém porque eu terminei com o Paulo.
- Porque você é uma vadia.
 Nessa hora, já havia uma espécie de roda em volta das duas:
- Porque você é uma péssima amante. E meu primo é um burro.
 É acho que é preciso de uma recapitulada. Pelo que Ju me disse é fácil, na verdade difícil. Victor e Paulo sempre foram os melhores amigos, antes só por morarem no mesmo prédio, ele e Jéssica estudavam juntos até que ele repetiu, os dois mudaram de escola foram pra mesma escola de Victor de Ju, Ju e Jéssica se tornaram melhores amigas, Ruan colega de sala de Victor entrou pro grupo, eles eram as cinco pessoas mais badaladas e populares da escola e estavam no top 15 de Fortaleza. Ju começou a namorar com Paulo e Victor com Jéssica depois de muita insistência de Ju sobre Victor, o problema é que depois que Victor foi morar no prédio da Ju, Paulo e Jéssica começaram a ficar mais tempos juntos, só eles, por morarem no mesmo lugar, logo estavam ficando, pelo que Ju me disse transavam diariamente, Victor nunca soube a causa real, mas Ju pegou os dois no flagra depois que Ruan disse que viu os dois indo pros vestiários, Ju tentou arrancar todos os cabelos de Jéssica e terminou com Paulo, que apesar de tudo continua com Jéssica, escondidos claro, Victor nunca soube a verdade, nunca percebeu. Ju nunca teve coragem pra contar e logo agora que o pai dele está com sérios problemas com bebida isso só pioraria a vida de Victor, Jéssica é uma vadia, mas o sexo o faz melhor.
- Sua vaca.
- Julianne você é muito ridícula mesmo, por isso que o Paulo de largou! Você é uma moleca.
 Ju saiu da sala.
- Eu não agüento mais segurar isso Bob.
- Imagino.
- Cansei. De me fazer de boba e fazer ele de bobo.
- Hurrun...
- Você precisa me ajudar ele nem fala comigo direito.
- Claro.
15: 00
 Eu estava sentado na cama dele, o lugar tinha um bom cheiro de perfume, a casa estava bem arrumada, até porque havia uma senhora arrumando ela:
- Valeu por me receber aqui.
- Que é isso cara. Somos vizinhos né.
- Hurrun...
- Mas por que você tá aqui?
- Eu vim te pedir pra voltar pra escola.
- Plano da Ju. Eu sei... Sem chance Hael.
- Victor!
- Hael! Eu sou uma droga, eu sou burro, você não me conhece eu sou uma droga.
- Não, não é.
- Sou sim, não discuta. Não posso cair nesse plano.
- Não é plano. É sua vida. Você precisa passar na faculdade, ainda dá tempo. Dois meses, cara. Você pode.
- Não sei. Tenho pouca grana.
- Eu tenho uma idéia.
 No outro fui com Victor á escola, falamos com o coordenador e ele concordou em deixar Victor ser um dos instrutores, seria uma boa pra Victor se esforçar nos estudos, além que ele iria ajudar alguém:
- Ele pode ser o seu ajudante. – disse o coordenador.
 Fiquei meio tenso, eu não iria me concentrar se ficasse o vendo, Victor era muito lindo.
- Eu acho ótimo. – Victor pareceu gostar de idéia.
- Você é novato, precisa de assistência especial, vocês já se conhecem, isso já melhora a situação. – o coordenador acrescentou.
- Pode ser.
- Então, Victor próxima semana eu quero você aqui.
 Meu Deus!
21: 00
Gean foi me ver na segunda, jantamos juntos com a mamãe que falou sobre seu novo escritório, disse que tinha uma sala só pra ela e que tinha um chefe bem sexy, Gean queria saber como foi meu dia, disse como havia ocorrido a briga, o problema do Victor:
- Quer dizer que agora você é amigo do problemático? – disse Gean quase ironicamente.
- Ele não é problemático!
- Quem?
- Nosso vizinho aqui mamãe.
- Hummmm... Ele é um gato.
- Seu filho também acha. Com licença.
 Gean se levantou e foi na varanda.
- Vai lá filho. - fiz um ok com a cabeça e fui à busca do meu namorado ciumento.
- Eu não gosto dele.
- Eu vi como você o olhou.
- Gean, eu não gosto dele. Eu só quero ajudar.
- Tem que ajudar logo ele?
- Ele não é tão ruim assim como você pensa.
- Qualquer pessoa que queira tirar você de mim é ruim pra mim.
- Você está sendo infantil.
- Ok! Acho melhor eu ir embora.
- Gean! O que tá acontecendo?
- Namorado passa mais tempo com um delinqüente do que comigo.
- Você passa o dia trabalhando.
- Você não faz o mínimo esforço pra me ver Bob.
- Não é verdade.
- Não?
- Não. Você tá muito estressado.
- Só estou com medo de te perder.
- Gean!
- Eu tenho meus medos Sr. Hael.
- Você precisa confiar em mim. Ele nem dá em cima de mim, tem namorada, relaxa.
- Bob... O que você quer dizer com isso?
- Isso o que?
- Quer dizer que se ele estivesse solteiro e desse em cima de você...
- Não é isso... Você tá louco.
- Melhor eu ir. Já deu por hoje.
- Já mesmo.
 Gean saiu rápido se despedindo apenas da mamãe:
- Filho...
 Não quis ouvi-la, corri e comecei a chorar na minha cama, Victor estava na janela:
- Bob o que t... – fechei a cortina.
 O que tá acontecendo comigo?
Oito de abril
11: 01
 Mamãe teve sua primeira sessão de quimioterapia, Dr. Ótto fez alguns exames pra saber como estava indo os avanços da doença. Gean não havia mais dado nem um sinal de vida, eu estava desolado, as aulas pareciam eternidades e o céu não queria chorar mais comigo:
- Ele é lindo.
- Hurrun.
- Devia ter Orkut.
  Ri.
- Nem sei o que nos somos agora!
 Eu e Ju conversávamos no quarto rosa dela:
- A briga foi tão feia assim?
- Muito.
- Relaxa, eles sempre voltam.
- O Paulo já veio 12 vezes. Eu me seguro sempre.
- Mas o Gean é um homem Ju, eu que sou o moleque da história.
- O que aconteceu? Qual o motivo?
- O Victor!
- Mentira?!
- Sério!
- Isso quer dizer...
- Não sei Ju, eu tou muito confuso.
- Imagino.
- Eu nem sei o que fazer. Eu já liguei mil vezes e nada.
- Vai dar tudo certo.
- Não quero perder o Gean.
- Por quê?
 Talvez agora eu não soubesse mais o motivo pra continuar aquilo com Gean, eu só não queria ficar sozinho e eu gosto dele, mas não sei se vai dar certo nosso namoro:
- É só uma crise.
- Eu não sei o que fazer.
- Filho ele volta.
- E se não mãe?
 Mamãe não soube responder, ninguém poderia me responder.
11 de abril
11: 02
Naquele domingo muitas respostas foram respondidas, eu estava fazendo compras com mamãe no super mercado próximo do Romênia, quando decidi comprar o jornal por ter visto algo que me arrasou, esmigalhou meu coração, simplesmente acabou comigo. Não mostrei pra mamãe, levamos as compras, tomei uma ducha pra tentar me acalmar, então decidi ir à fonte, eu fui à casa do Gean.
 Liguei pra Ju, Victor pegou o carro do pai e nos levaram, os dois ficaram esperando enquanto eu subia com a página do jornal sendo esmagada pela raiva em meus dedos. Toquei a companhia, procurei a chave no quarto de limpeza, achei uma, tentei abri a porta, mas Pedro abriu antes:
- Descobriu nosso segredo. – Pedro apareceu só de cueca som seu sorriso usual.
- Cadê o Gean? – ele notou que eu não estava de brincadeira.
- Bob...
 Entrei no lugar, mal olhei, mas percebi que era bem bagunçado, tipo meu quarto na chácara. Fui atrás nos quartos:
- Ele não tá aqui!
- Cadê ele? – meus olhos cheios de lágrimas não sabiam o que esperar.
- Bob... – Pedro estava muito triste agora.
- Quem é ela?
- Ah Meu Deus!
- Pedro, por favor!
- Por favor, digo eu!
- O que tá acontecendo?
 Eu mostrava a folha com uma imensa foto de Gean abraçado com uma bela moça chamada Alana, sob uma ligada:
“Os felizes noivos Gean e Alana...”
- Bob essa é a noiva dele?
- Como assim?
- Ai Meu Deus! Eu disse á ele! Eu juro.
- O que tá acontecendo? – gritei chorando desesperadamente.
- Eles vão se casar em duas semanas.
- Por que ele fez isso comigo?
- Bob...
- Por quê?
- Ele gosta de você?
- Então porque ele vai casar com ela?
- Você não entenderia.
- Me explique!
- Ele que tem que dizer. Eu já falei demais. Desculpa.
- É mentira. Ele não pode ter feito isso comigo Pedro! Não!
 Pedro não disse mais nada.
- Canalha. Cadê ele?
- Eles estão morando juntos!
- Desde quando?
- Segunda.
- Eu quero o endereço.
 Sai de lá, chorei muito, Ju tentava me acalmar no carro, Victor pareça tenso também, decidiram me levar pra praia, esperamos o por do sol, Victor me abraçou e aquilo me fez esquecer tudo, até o canalha do Gean. Como eu pude cair nessa armadilha? Era muito perfeito pra ser verdadeiro. Tinha que ter algum problema. O mar se movimentava lentamente, as gaivotas voavam baixo, dormi no ombro do Victor. Levaram-me pra casa, acordei na minha cama quentinha e triste, mamãe estava totalmente sem respostas, decidi dizer que havia terminado com Gean. Tive que ir pra aula, mas um dia cheio...
12 de abril
13: 02
  Estava tendo aula com Victor de física, estava sem saco, triste e apaixonado pelo professor, Victor era eternamente lindo e me ensinava perfeitamente. Pena que Jéssica chegou com sua falsidade insana:
- Oi amor! OI novato!
- Ele tem nome!
- Você também e eu te chamo de amor, não é juma ofensa!
- Jéssica!
- Ele não se incomoda! Né Novato? – Jéssica quase se quebra ao meio se inclinando com uma cara de sonsa pra mim.
- Hurrun... – que ódio. Não quis ser chato.
- Tchau gente. – Jéssica dando um beijo nojento em Victor.
- Vamos voltar à aula. – disse sorrindo, que professor gato.
- Vamos!
 Depois de um tempo cansamos e fomos pra cantina onde encontramos Jéssica e Ju brigando outra vez, mas dessa vez o coordenador estava lá segurando Jéssica que queria avançar em Ju que estava sendo segurada por Ruan.
- Sua vadia!
- Garotas, CHEGA! – gritava o coordenador.
- Todo mundo sabe quem você é JéssiCU.
- Sua...
- Relaxa que seu segredo tá a salvo comigo. Ou não.
- Que segredo? – perguntou Victor entrando no meio da briga.
- Me solta Ruan. – Ruan atendeu a amiga. – Sua namoradinha, meu primo... É uma vadia.
- Ju... – Victor estava tenso.
- Mentira! – gritava ironicamente Jéssica.
 De repente Paulo chega e Ju continua a confissão, que tenso:
- Victor, o Paulo e Jéssica... Tem um caso, por isso que eu terminei com ele!
- Isso é verdade? – pergunta Victor pra Paulo, que estava boquiaberto.
- Amor ela é uma louca. – gritou Jéssica.
- Cala a boca, to falando com ele. –adorei essa Victor.
- Sim. – Paulo baixou a cabeça.
 Victor começou a bater em Paulo que rebatei com força a surra, os dois foram apartados pelos alunos e levados a direção, nada ocorreu, Jéssica chorava e pedia o perdão de Victor que saiu da sala restando apenas o desprezo, Ju tentou falar com o primo, mas ele estava com raiva dela também:
- Ela podia ter me dito antes, tô me sentido uma piada agora! Meu melhor amigo cara!
 Aos poucos Victor voltou a falar com Ju, mas, ainda havia alguns ressentimentos, a convivência estava difícil na escola, Jéssica agora era nossa inimiga numero um e eu iria ficar do lado da Ju para o que der e vier:
- E eu também. – disse Ruan beijando a amiga.
14 de abril
12: 00
A terapia da mamãe estava dando certo, ela estava com um melhor alto estima, feliz e o chefe o tal de Rafael havia a chamado para um encontro e eu estava estagnado, sem vida social só vendo o tempo passar:
- Vai lá bixa!
- Onde?
- Na casa deles!
- Quê?
- Faz o barraco! Acaba com o bofe!
- Não! Eu não seria capaz!
- Deixa de ser besta!
- Não dá!
 Ju até tentou, mas eu não tinha coragem de chegar na casa deles e falar pra tal Alana que eu era o caso do noivo dela:
- Eu enganei meu primo, me sinto mal por isso. Com certeza sei como você esta se sentindo. Você vai se sentir livre depois que contar.
- Não dá.
- Bob. Acorda.
- Não vou destruir o casamento dele. Não vou me rebaixar, descer ao nível dele.
- Você que sabe!
- Eu não conseguiria Ju!
- Claro que conseguiria.
Decidi ficar mais tempo com Victor, ele estava mal, eu também, ele só tinha a mim de amigo agora, na verdade eu tinha esperança dele me olhar e pensar:
“Cara, eu quero ficar com ele”
 Mas não aconteceu, nós ficávamos falando de nos mesmos, o que não era tão mal, acho que agora eu sabia mais dele do que qualquer outra namorada:
- Minha mãe nos deixou quando eu tinha três anos, ela sempre vinha no natal, mas depois de um tempo ela nem vinha mais. Meu pai sempre cuidou de mim, mas eu considero minha mãe é a tia Marina, mãe da Ju, ela me ajudou muito, o papai sempre foi o irmão favorito dela, minha mãe nem me liga mais, eu tento não importa, mas, caralho, minha mãe é um vagabunda, ela tá casada com um português que era garoto de programa, ela me dá nojo, o dinheiro que ela manda nunca vai compensar o que ela fez com a gente, a depressão do meu pai é culpa dela Bob. Ela não avisou que iria por Rio, ela simplesmente foi...
 Victor parecia um garoto abandonado, a mãe era uma vadia, o pai um viciado, mas era um bom garoto, um dia ele iria entender tudo e ser feliz de verdade:
- Meu primeiro beijou foi com oito anos, com uma menina do prédio chamada Larissa. E o seu?
- 17.
- Menino ou menina?
- Menina.
- Sério?
- Hurrun.
- E a virgindade?
- 17.
- Eu perdi a virgindade com 13 anos.
- Sério?
- Ela tinha 26 anos, era muito gostosa, eu nunca tinha bebido e estava no Morro Branco. E...
- Imagino. – ri.
- Sério. E você?
- Foi com o Gean!
- Hummmm... Você ainda gosta dele?
- Não sei! Acho que não.
- Ele foi um canalha mesmo.
- Eu posso fazer muita merda, mas trair eu não acho certo.
- Você tá certo.
- Eu tou tentando ser uma pessoa melhor. Depois que meu pai começou a ter problemas com bebida eu parei! Mas, naquele dia eu havia brigado com minha mãe! Eu tava puto. Mas agora parei mesmo... Eu fico muito mal depois, eu fico pensando como a vida poderia ser melhor, como eu poderias está agora se tivesse me esforçado pra entrar na faculdade, mas eu vacilei, passei o ano zuando, tou perdendo tempo.
- Um dia você vai entender que tudo tem um grande propósito...
- Espero tou cansado Hael, preciso de alguém. – vale eu? – Eu gosto de tá namorando, nunca gostei de paquerar, não gosto de ficar em festa assim, uma vez e nunca mais, gosto das coisas serias, mas tá tão difícil, não me imagino mais com a Jéssica, talvez eu precise de um tempo sei lá?! Só quero ficar em paz...
- Entendo... Eu também. Eu sei exatamente como você se sente.
22: 00
 Meu celular passava um bom tempo tocando, era o Gean, eu não podia atender, eu Enem sabia o que fazer, havia milhares de mensagens:
“Eu te amo”
“Me perdoa”
“Podemos conversar?”
“Preciso te ver”
“O Pedro me disse, só quero que saiba que nunca menti sobre gostar de você”
 Aquilo me dava náuseas, como ele podia ser tão sínico? Ele me usou e estava usando a pobre Alana, eu fui um brinquedinho e agora eu tinha quebrado e sido jogado no lixo, que canalha! Eu sei o quão eu sou dramático, mas ele dessa vez pegou pesado:
- Para de ligar!
- Eu te amo!
- Você não ama ninguém nem nada.
- Precisamos conversar.
- Tchau.
- Por favor, bebê.
- Não me chama de bebê, seu cafajeste.
- Bob...
 Desliguei. Aquilo não me fez dormir melhor, nada faria, a única solução pra tudo isso seria Victor e ele era muito impossível e eu sabia isso. Sonhei com a chácara, só eu e piscina, chovia e eu me sentia acolhido.

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